Furo não passou de uma armação? Sob o título: A guerra nos porões - a matéria publicada pela revista Veja nº 1956, de 17 de maio de 2006, tinha a seguinte chamada: "O banqueiro Daniel Dantas tem uma lista com contas em paraísos fiscais que seriam do presidente Lula e do resto da cúpula do PT". A matéria tida como um grande furo provocou um alvoroso, na época. A investigação, conduzida desde então pela Polícia Federal (PF), concluiu que os pretensos documentos não passam de armações, segundo noticia o site Consultor Jurídico.
Lei de Imprensa
Ao finalizar na semana passada o inquérito, a PF indiciou sob acusação de calúnia, enquadrado na Lei de Imprensa, o banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, e o executivo Frank Holder, ex-diretor da Kroll, multinacional que atua na área de investigação.
A revista Veja, afirmou na época, que "para defender-se das pressões que garante ter sofrido do PT nos últimos três anos e meio, Dantas acumulou toda sorte de informações que pôde coletar sobre seus algozes. A mais explosiva é uma relação de cardeais petistas que manteriam dinheiro escondido em paraísos fiscais. Entre eles estão o presidente Lula, os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Gushiken (Secom), o atual titular da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o senador Romeu Tuma (PFL-SP). A lista é fruto de um trabalho de investigação feito pelo americano Frank Holder, ex-diretor da agência internacional de espionagem Kroll. Ela apresenta uma série de números de contas, seus titulares, os nomes dos bancos e os saldos referentes ao primeiro trimestre de 2004. Holder disse ter comprovado a existência das contas por meio de depósitos".
Segundo a própria revista, ela teve acesso à lista das supostas contas dos petistas em setembro de 2005, com o conhecimento de Dantas. De posse dela, a revista teria feito "um exaustivo trabalho de apuração".
Na edição 1957, Veja voltou ao assunto com uma nova abordagem: "Documentos desmentem Dantas e derrubam suas versões sobre o dossiê que passou a VEJA". "Em sua edição passada, na reportagem sobre o arsenal do banqueiro Daniel Dantas contra o governo, VEJA revelou que ele incluía supostas contas de autoridades brasileiras no exterior. Para ilustrar a matéria, a revista publicou a cópia de uma lista (à direita) enviada por ordem de Dantas a VEJA, que tomou o cuidado de apagar o número das supostas contas e o nome dos bancos. Ainda assim, o fato de tê-la publicado causou várias reações. Uma delas foi a afirmação de que a lista não provava nada. De fato não prova – nem VEJA pretendeu o contrário. Ao publicá-la, a revista quis tão-somente mostrar que tinha em seu poder papéis repassados por Dantas. Todos eles foram entregues ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Ao longo da semana passada, os repórteres da revista empenharam-se em acompanhar os desdobramentos da crise causada pela primeira reportagem", afirma a matéria.