Representantes de entidades da sociedade civil e políticos de vários partidos participaram nesta segunda-feira, (02/06), na Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro, de um ato público de repúdio ao seqüestro e tortura de uma equipe de reportagem do jornal O Dia, por integrantes de uma milícia, na favela do Bantam, em Realengo.
A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio, realizou-se no dia em que o assassinato de Tim Lopes, por traficantes, completou seis anos. Os pronunciamentos caracterizaram-se por críticas à falta de uma política de segurança do governo estadual, incapaz de combater o crime de maneira efetiva diante do aumento crescente do poder de traficantes de entorpecentes e de milícias armadas, constituídas por policiais militares e civis.

Participaram do ato público os deputados federais Fernando Gabeira (PV) e Chico Alencar (Psol), os deputados estaduais Alessandro Molon (PT), Cidinha Campos (PDT) e Marcelo Freixo (Psol), os vereadores Adilson Pires (PT), Andréa Gouvêa Vieira (PSDB), Stepan Nercessian (PPS) e Eliomar Coelho (Psol). Também estiveram presentes Wadih Damous, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Angelina Nunes, presidente da Associação Brasileira do Jornalismo Investigativo (Abraji), Jandira Feghali (PCdoB), Mário Augusto Jackobskind, representando a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Rubem César Fernandes, presidente do Viva Rio, Tânia Lopes, irmã de Tim Lopes, Regina Célia, representando as Mães da Cinelândia, e Marcelo Azevedo, da CUT.
Antes da manifestação, uma comissão formada por diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio participou de um encontro com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. O secretário previu a prisão em curtíssimo prazo dos responsáveis pelo seqüestro e tortura contra os jornalistas de O Dia e defendeu a criação de um juizado criminal especial com o objetivo de centralizar todas as ações relacionadas com o crime organizado. Segundo Beltrame, esta seria a forma ideal de facilitar as investigações, evitando que as decisões se pulverizem. O encontro teve participação de Suzana Blass, presidente do Sindicato, e dos diretores Aziz Filho, Regina Célia Lopes e Iara Cruz.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro