Investigadores da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE)  prenderam, nesta terça-feira, Davi Liberato de Araújo (foto), 32 anos, um dos suspeitos de envolvimento na tortura da equipe de reportagem de O DIA e de um morador da favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Outro suspeito já mandado de prisão expedido.

Araújo seria o número dois na hierarquia do bando. Ele cumpre pena de sete anos, em regime semi-aberto, no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no Complexo de Bangu, Zona Oeste. Ele chegou ao local vestindo uma camisa verde da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), de chinelos e dizendo ser inocente ao afirmar que no dia do crime, estaria em detenção.

Segundo o delegado titular da DRACO-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais), Cláudio Ferraz, o outro suspeito é Odinei Fernando da Silva, conhecido como Águia - e seria líder da milícia na favela. Odinei é inspetor de polícia, na 22º DP, na Penha. "Ele já sabe do mandado de prisão e pode ser considerado foragido", informou Ferraz.

Denunciado pela Anistia Internacional

De acordo com o chefe de polícia Gilberto Ribeiro, Odinei ocupa o cargo de inspetor da polícia, embora com mandato do judicial, após ser denunciado pela Anistia Internacional e expulso da corporação. O delegado contou ainda que a polícia conseguiu informações através das vítimas, que identificaram fotos e reconheceram fichas. "Outros policiais podem ser presos. Os trabalhos prosseguem. Isso não é um furto de bicicleta na esquina. Esse trabalho leva um tempo. Não é uma coisa tão simples", contou.

Rastreados por GPS

O deputado Raul Jungmann, presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, informou, nesta terça-feira, que os carros da polícia que estiveram na favela no momento em que a equipe e um morador foram torturados por paramilitares já foram identificados. Segundo ele, a localização foi feita através dos GPS instalados nos veículos.

Fonte: O Dia Online/Governo do Estado do Rio de Janeiro