A Editora Abril, que publica VEJA e Veja São Paulo, e a empresa Folha da Manhã, que edita o jornal Folha de S. Paulo, informaram que recorreram na tarde de ontem (18) da decisão, de primeira instância, que aplica multa de 21.282 para cada uma devido a publicação de entrevistas com a ex-ministra Marta Suplicy, pré-candidata do PT à prefeitura paulistana. A ex-ministra, que foi multada em 42.564 reais, também recorreu da sentença, anunciada na terça-feira por um juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Francisco Shintate.
Os recursos serão examinados por seis juízes do Tribunal Regional Eleitoral. Diversos segmentos da sociedade civil receberam a decisão do TRE-SP como uma forma de censura à imprensa. No Congresso, os parlamentares governistas e de oposição repudiaram a decisão.
Leia nota da Editora Abril sobre a decisão:
A Editora Abril informa que entende que não violou a legislação eleitoral ao publicar a entrevista. Trata-se de material jornalístico, de interesse público, conforme tradição que vem se repetindo nos anos eleitorais por toda a mídia brasileira, durante o presente regime democrático. Vale lembrar que mesmo durante os anos do regime de exceção inaugurado em 1964 não se privou os cidadãos de informações relevantes sobre os candidatos a cargos eletivos. É conduta editorial absolutamente tradicional da imprensa brasileira, na realidade um dever cidadão. Neste momento diversos outros órgãos de imprensa prestam o mesmo inestimável tipo de serviço à cidadania.
Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo estão sendo e continuarão sendo ouvidos pela Veja São Paulo. O objetivo da publicação é auxiliar os leitores a fazer escolhas melhor embasadas sobre o futuro governante da cidade.