A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) fez uma transmissão via rádio pirata de um programa sobre direitos humanos nesta sexta-feira (08), em Pequim. A transmissão pirata incluiu entrevistas com ativistas de direitos humanos na China que foram exilados e uma debate com um veterano jornalista sobre censura e autocensura na mídia chinesa. O programa foi ao ar por 20 minutos na freqüência FM 104,4 em diversos bairros na capital e teve versões em inglês, francês e mandarim.

Drible no controle chinês

A ONG informou que o governo da China não concedeu vistos de entrada a dez membros da organização, mas ainda assim a RSF conseguiu fazer a transmissão do programa "Rádio Sem Fronteiras" porque utilizou estações transmissoras em miniatura disfarçadas nas ruas da cidade.

Segundo o presidente da organização, Robert Ménard, "a Repórteres Sem Fronteiras esquematizou e conduziu o protesto no espírito de resistência contra o controle da mídia".

Censura? Não vai funcionar conosco

A organização pediu às autoridades chinesas que permitam que o país desfrute de liberdade de expressão. "Vocês nos baniram de ir a Pequim, vocês nos expulsaram da China. Mas apesar de tudo isso, nós estamos aqui, fazendo a nossa voz ser ouvida pacificamente em uma maneira completamente não violenta. É uma forma de dizer que censura simplesmente não vai funcionar conosco", avisou o dirigente da ONG.

A transmissão teve início às oito horas da manhã de hoje, exatamente doze horas antes da abertura dos Jogos. No ínicio da transimissão o locutor alertou: "essa é a primeira transmissão de rádio não-estatal a ir ao ar na China dede que o Partido Comunista chegou ao poder em 1949".

Fonte: RSF/BBC