Um final de semana de luto para o jornalismo brasileiro. Na sexta-feira, dia 5, faleceram os jornalistas Fernando Barbosa Lima e Fausto Wolff. Dois colegas de grande importância para o jornalismo e o Brasil.
Fausto Wolff, pseudônimo de Faustin von Wolffenbüttel, nasceu em Santo Ângelo (RS), em 1940. De família humilde, ele começou a trabalhar aos 14 anos como repórter de polícia e contínuo de um jornal de Porto Alegre. Aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Marcou época como um dos editores do O Pasquim. Escreveu vários livros e foi professor no exterior, além de ter trabalhado em grandes jornais brasileiros. Morreu com 68 anos, vitimado por uma insuficiência respiratória aguda.


Fernando Barbosa Lima, 74 anos, morreu de falência múltipla dos órgãos. Um grande realizador da televisão brasileira, para a qual produziu, nos anos 60, programas que marcaram época, como Jornal de Vanguarda, Preto no Branco e Sem Censura, entre outros. Nos anos 80, ainda sob o domínio da ditadura militar, ele criou e produziu o programa Abertura, no qual apresentava temas e personalidades colocados no index do regime, como o cineasta Gláuber Rocha, que mostrava um personagem popular que atendia pelo nome de Brizola, então um dos políticos mais perseguidos.
Nos últimos anos, ele produziu uma série de DVDs sob o título geral Grandes Brasileiros, na qual apresentava a biografia e a trajetória política e intelectual de personalidades da vida pública, como Barbosa Lima Sobrinho, seu pai, Tancredo Neves, Darcy Ribeiro, Ziraldo e Sérgio Cabral, e estava ultimando um DVD sobre o ex-presidente e senador José Sarney. Fernando foi eleito Presidente do Conselho Deliberativo da ABI em maio de 2007 e teve o seu mandato renovado em maio deste ano.