Os jornalistas da Gazeta Mercantil, em votação na assembleia realizada ontem (27/5), na portaria do prédio, optaram por esperar até amanhã (29/5) pelo desfecho das negociações dos patrões para decidir os rumos do movimento. Segundo o Sindicato dos Jornalistas, o ‘estado de greve’ é uma das possibilidades levantadas. "É um instrumento que comunica oficialmente à empresa que os trabalhadores podem entrar em greve a qualquer momento, passadas 48 horas do aviso. O ‘estado de greve’ também ampara legalmente o trabalhador junto ao TRT nas discussões trabalhistas, afirma a entidade sindical.
Não foi permitida a realização da assembléia na redação, porém houve participação de praticamente 100% dos que lá trabalham: 62 jornalistas. A situação é tensa, mas a mobilização foi vitoriosa. “A união dos jornalistas está sendo fundamental neste processo. Este é o caminho para garantir os direitos trabalhistas, seja qual for o desfecho da crise”, afirma Guto Camargo, presidente do Sindicato.
Pelo lado patronal, ontem (27/5) houve um encontro entre representantes de Nelson Tanure, atual dono do título, e Luiz Fernando Levy, ex-proprietário, no Rio, mas não se concretizou nenhum acordo. É aguardada uma decisão de Levy para hoje.
Cabe Recurso
Ontem houve o anúncio de que a justiça trabalhista penhorou ações que Nelson Tanure possui da Intelig, para pagar dívidas trabalhistas de R$ 200 milhões da Gazeta. São mais de 300 ações em fase de execução. A decisão da penhora partiu da 26ª Vara do Trabalho de São Paulo, mas cabe recurso. A ação foi movida pela empresa Problem Solver e a Associação dos Funcionários e Ex-Funcionários da Gazeta quando seus advogados ficaram sabendo que Tanure vendeu por R$ 650 milhões suas ações na Intelig para a TIM. Se a decisão for mantida, Tanure pode até ter que rever seus planos para a Gazeta. Mas não está afastado o risco de ser fechado o tradicional jornal fundado em 1920.
Fonte: SJSP