Acredite se quiser! Parece piada, mas não é! Dois assassinos do jornalista Tim Lopes foram autorizados pelo Judiciário a deixarem a prisão para trabalhar e nunca mais foram vistos. O crime ocorrido em 2002 chocou o Brasil e o mundo pela sua crueldade. Depois de ver os algozes do jornalista condenados e encarcerados, agora, o mundo assiste estupefato a um espetáculo lamentável promovido pela legislação brasileira. Dois dos condenados pelo bárbaro crime deixaram, em 2010, a prisão pela porta da frente, “para trabalhar” e, nunca mais foram vistos pelas autoridades brasileiras. A trágica situação foi propiciada pela legislação de execução penal brasileira, que como o caso demonstra, precisa ser urgentemente revista.
“Nós esperávamos e esperamos permanentemente que o bárbaro crime de que o Tim Lopes foi vítima seja objeto de justiça para valer e não um simulacro de justiça”, declarou o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo.
Legislação em Xeque
Um dos bandidos saiu “para trabalhar” do instituto penal que fica no conjunto de presídio de Bangu (RJ), em fevereiro, e nunca mais foi visto. Angelo Ferreira da Silva, que foi condenado a 15 anos de prisão, confessou que estava no carro que transportou o jornalista Tim Lopes para a favela da Grota, onde ele foi executado. Uma nova ordem de prisão só foi decretada na semana passada, três meses e meio depois da fuga. A Vara de Execuções Penais informou que abriu sindicância para apurar a demora. Angelo foi o segundo condenado no caso Tim Lopes a conseguir fugir depois de passar para o regime semiaberto. Há quase três anos, Elizeu Felício de Souza, condenado a 23 anos e meio, saiu da cadeia para visitar a família e não voltou mais.
Atualmente, outros dois bandidos têm direito ao regime semiaberto: Fernando Sátiro da Silva e Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho – que aliás já escapou da cadeia em 1996, quando cumpria pena por roubo, receptação e porte ilegal de armas. Apesar de os dois terem o direito, por enquanto, a Justiça ainda não decidiu pelo benefício.
Ainda estão em regime fechado: o chefe da quadrilha, Elias Pereira da Silva (o Elias Maluco), Reinaldo Amaral de Jesus e Claudino dos Santos Coelho.
Vexame
A situação cobra uma ação enérgica das autoridades brasileiras, sejam elas do Judiciário, do Executivo e do Legislativo. Além de praticarem um crime bárbaro, agora os assassinos colocam em xeque a legislação de execução penal brasileira, ridicularizam a imagem do País e desdenham do Judiciário e da sociedade brasileira.
É preciso dar um basta na impunidade de assassinos no Brasil!