O jornalista José Rubem Pontes de Souza, diretor-presidente do Entre-Rios Jornal, foi morto com dois tiros disparados contra sua nuca na noite de 30 de outubro de 2010, na cidade de Três Rios, no interior do Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com testemunhas, José Pontes de Souza se encontrava em um bar, em Paraíba do Sul, cidade distante 147 quilômetros do Rio de Janeiro, quando um desconhecido pulou uma janela que dá acesso ao local, antes de fazer os disparos e fugir em seguida.
Trata-se do terceiro assassinato de jornalistas no espaço de 15 dias no Brasil. No último 16 de outubro, Wanderley dos Reis, proprietário e jornalista do jornal Popular News, foi mortalmente ferido em sua residência, no Estado de São Paulo. Apenas dois dias depois, Francisco Gomes de Medeiros, apresentador da Rádio Caicó, foi assassinado diante de sua residência, no Estado do Rio Grande do Norte. A motivação para o crime foi confirmada como tendo relação com sua atividade profissional.
No inquérito sobre a morte de José Pontes de Souza, a polícia levantou a hipótese de um assalto. Essa versão, contudo, parece pouco provável, tendo em vista o relato feito por testemunhas presentes ao bar no momento do crime. Nos dias que antecederam o ocorrido, o jornal dirigido pela vítima acompanhava de perto o caso da jovem nascida na cidade de Piracicaba (SP), Jéssica Giusti, que também foi assassinada em Três Rios.
O jornalista participava da vida política local. Em 2008, ele havia disputado as eleições para a prefeitura de Paraíba do Sul. A Ong Repórteres Sem Fronteiras faz coro com as diversas organizações brasileiras que solicitam que o inquérito aponte, o mais rápido possível, os autores do crime, bem como esclareça sua motivação.
Os assassinatos em série ocorridos no Brasil acontecem no exato momento de uma sensível melhora em sua classificação (58º entre 178 países) no ranking mundial da liberdade de Imprensa, publicado por Repórteres Sem Fronteiras no dia 20 de outubro passado.