Um policial militar do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) confessou que sequestrou e matou a jornalista Luciana Barreto Montanhana. O corpo da vítima, sequestrada havia 16 dias, foi encontrado no sábado (27), perto de São Paulo, em um barranco às margens da Via Anchieta.
A vítima foi vista pela última vez em 11 de novembro, no estacionamento de um shopping na Zona Sul da capital paulista. Luciana manobrava o carro para sair do local quando ocorreu o sequestro. Naquela mesma noite, a família recebeu uma ligação exigindo resgate.
Os pais da jovem e o noivo acionaram a polícia. O criminoso só fazia contato de orelhão e a cada dia de um lugar diferente. Até que acabou surpreendido, nove dias depois, quando falava de um telefone público na Zona Norte de São Paulo.
A equipe da Divisão Antissequestro da Polícia Civil levou um susto quando se deu conta do criminoso preso em flagrante: um policial militar do Gate, a tropa de elite da PM de São Paulo.
O homem que exigia dinheiro da família de Luciana já recebeu treinamento especial para libertar vítimas de cativeiro. É o cabo Rodrigo Domingues Medina, PM do Gate há mais de dez anos. Ele tentou fugir a pé e, depois, de carro. Trocou tiros com os policiais e foi baleado nas costas e acabou preso.
Rodrigo está internado num hospital da Polícia Militar. Com ele, foram encontrados o celular e documentos da vítima. "Ele, para se livrar do corpo, acabou optando por jogá-la aqui", declarou o delegado Ronaldo Sayeg ao localizar o corpo da jovem jornalista.
O PM preso confessou que matou a jovem porque ela teria reagido a um assalto. E, mesmo depois do assassinato, Rodrigo Medina ainda tentou, por seis vezes, receber o resgate. Mas, graças às leis brasileiras, o criminoso não será condenado à morte, como sua vítima e, muito menos será condenado à prisão perpétua, como aconteceria em qualquer país dito civilizado.