Em Jundiaí, importante cidade do interior do Estado de São Paulo, o tradicional Jornal da Cidade, que circula há 40 anos, nos dias 3 e 4 de julho sumiu das bancas. Qual o motivo? Greve! Os jornalistas e gráficos pela primeira vez na história daquela cidade, se uniram e paralisaram os trabalhos em protesto contra os constantes atrasos nos salários. Tem funcionários que há mais de três meses não tem vencimentos. Todo mês é a mesma situação: os salários são pagos em prestações. Sem contar que os encargos sociais há muito não são recolhidos.
A situação chegou num limite insuportável. Jornalistas e gráficos se cansaram dos atrasos nos salários, das promessas não cumpridas, do jogo divisionista praticado pela direção da empresa e paralisaram os trabalhos.
Na noite do dia 4 de julho, em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Gráficos, jornalistas e gráficos decidiram não aceitar a contraproposta apresentada pela direção da empresa de mais uma vez parcelar o pagamento dos salários em atraso, de abril e maio, que podem acumular com os salários de junho. Além dos atrasos de salários, tanto gráficos quanto jornalistas têm férias a receber, PLR, resíduo da campanha salarial de 2011, entre outros.
Em votação, a maioria dos trabalhadores decidiu se manter em grave até que a empresa apresente uma proposta de pagamento dos atrasados e coloque fim ao parcelamento dos salários.
Estiveram presentes na assembleia o presidente do Sindicato José Augusto Camargo (Guto), o secretário do interior Edvaldo Almeida (Ed), diretora regional do vale do Paraíba, Neusa Melo e diretor que acompanha as redações da Grande São Paulo, José Eduardo de Souza e o advogado do Sindicato Dr. Rafael Maia, além do presidente do sindicato dos Gráficos, Leandro Rodrigues e vários outros diretores.
“Cansamos de ceder. Cansamos de compreender e dar nossa parcela de contribuição para que o jornal continuasse circulando. Agora chegou a vez da direção da empresa compreender, ceder e garantir sua parcela de contribuição para que o jornal da cidade continue circulando”, disse José Aparecido dos Santos, Zezinho, diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e funcionário do jornal.
Para o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto), a situação é de fato insustentável. “ Não podemos aceitar que jornalistas continuem sendo desrespeitados dessa forma. Nós reiteramos as reivindicações dos trabalhadores e junto com a comissão de greve e o Sindicato dos Gráficos, vamos nos manter em contato permanente com a empresa para que atenda as reivindicações, para que jornalistas e gráficos possam ao trabalho com suas justas reivindicações atendidas”.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo