Os jornalistas de Jornais e Revistas da Capital de São Paulo participaram maciçamente do plebiscito que rejeitou por ampla maioria a proposta apresentada pelos patrões na última rodada de negociação. No total, votaram 662 trabalhadores, dos quais 616 pela não aprovação (93,05%) e 46 a favor (6,95%). Não houve votos em branco ou nulos. “Houve um expressivo comparecimento às urnas”, diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto).
“Os trabalhadores de Jornais e Revistas da Capital repudiaram a proposta por que, além de praticamente só repor a inflação, ainda cria uma divisão indesejável na categoria, por que os que ganham salários maiores que R$ 10.580,00, receberiam um abono de R$ 514,19. A proposta foi rejeitada nas urnas através de um número bastante representativo de votantes. Eles revelam ainda que a categoria pretende avançar nas negociações e autorizam a diretoria a insistir em melhores propostas”, avalia.
Há de se destacar no plebiscito a importante presença dos profissionais da Editora Abril, onde votaram 185 trabalhadores e também no jornal Folha de S. Paulo, onde 92 deles expressaram sua opinião através do voto. Também houve bom comparecimentos às urnas no Valor Econômico (84), O Estado de São Paulo (73), Editora Globo (71) e Brasil Econômico (59). Outro dado curioso foi que não houve nenhum voto pela aprovação na Editora Três, Valor Econômico e Infoglobo.
Para o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo, a categoria demonstrou maturidade política ao comparecer em massa às urnas e expressar sua opinião. “O Sindicato vai respaldado pelos resultados, para retomar as negociações e mostrar que a categoria está unida e quer melhorar a proposta, já que o país, apesar de levemente atingido pela crise internacional, apresenta crescimento e expansão deve ser usufruída também pelos trabalhadores”.
Desde o início de agosto, foi iniciado o plebiscito da Campanha Salarial 2012 de Jornais e Revistas. Foram consultados profissionais de praticamente todas as redações que responderam a seguinte pergunta: o SJSP deve assinar a Convenção Coletiva com reajuste salarial pelo INPC (4,86%), incluindo piso e salários até R$ 10.580,00 e, acima deste valor, reajuste fixo de R$ 514,19?
A Campanha Salarial se iniciou em maio com os patrões oferecendo índices abaixo da inflação, ou seja, 4% de aumento para o piso, a PLR e subsídios à creche e salários até R$ 10.580,00. Acima disso, haveria um valor fixo de R$ 423,00. Na segunda rodada, eles elevaram em 0,86% a proposta anterior, atingindo 4,86% (INPC) apenas para o piso salarial, PLR e no subsídio à creches e 4% para salários de até R$ 10.580,00.
Agora já asseguram o INPC para todas as faixas e demais cláusulas econômicas e valor fixo de R$ 514,19 para quem ganha mais de R$ 10.580,00. No entanto, mesmo com estes pequenos avanços, a proposta é considerada aquém dos anseios da categoria, pois implanta uma indesejável divisão de faixas salariais.
Os jornalistas reivindicam a unificação do piso salarial em R$ 4 mil para jornada de 7 horas de trabalho diária (R$ 2,5 mil para 5 horas). O Sindicato já havia obtido a garantia de manutenção da data base em 1º de junho. Assim, todas as conquistas terão retroatividade. Os jornalistas reivindicam ainda vale-refeição de R$ 20, PLR de um salário nominal, adicional especial de 50% para jornalistas de imagem, baseado em projeto do deputado federal Marco Maia (PT/RS).
Outros itens da pauta são o respeito à jornada de trabalho, com pagamento de horas-extras; fim da pejotização e do assédio moral, melhores condições de trabalho, Direito de Consciência - possibilidade do profissional se recusar a fazer reportagens que coloquem em risco sua integridade física ou afronte sua consciência.
Veja abaixo como votaram os jornalistas da Capital:
