Se a situação financeira dos veículos brasileiros foi boa, os do Norte/Nordeste também não têm do que reclamar. O faturamento bruto dos jornais nestas regiões alcançou R$ 161,8 milhões no primeiro semestre de 2012. O montante representa incremento de 16,86% em relação a igual intervalo de 2011. "Ou seja, enquanto o meio jornal cresceu 4,20% em todo o Brasil, no Norte/Nordeste, o faturamento desta mídia foi quatro vezes o desempenho nacional", compara a presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce), Samira de Castro.
Pelas informações da ANJ, os maiores jornais (em circulação paga) da regional Norte/Nordeste são: Dez Minutos (AM), Correio (BA), A Tarde (BA), Aqui (PE), Diário do Nordeste (CE), Diário do Pará (PA), Diário de Pernambuco (PE), O Povo (CE) e Aqui MA (MA). Os jornais regionais representam 9,71% do faturamento global deste meio no país.
Já na mídia televisão - que reina absoluta no mercado publicitário brasileiro -, o faturamento no Nordeste foi de R$ 1,22 bilhão no primeiro semestre, o que representa aumento de 13,07% sobre igual intervalo do ano passado. O resultado ficou dentro da média nacional de incremento, que chegou a 13,55%. Vale ressaltar que a televisão nordestina representa 13,23% do faturamento do setor no Brasil.
O meio rádio, em todo o Nordeste, apresentou faturamento de R$ 44 milhões - 9,89% a mais do que no primeiro semestre de 2011, representando 7,88% do faturamento nacional. O crescimento regional foi um pouco abaixo da média nacional, de 10,04%, equivalente a R$ 512 milhões. "Vale destacar que, no Nordeste, há forte propriedade cruzada dos meios de comunicação, ou seja, os grupos são donos de emissoras de rádio, jornal e televisão", comenta Samira.
O Projeto Inter-Meios não divulga dados por estado, a pedido das empresas de comunicação, segundo apurou o Dieese, que solicitou diretamente as informações de faturamento para subsidiar o Sindjorce . "O que destacamos destes números, todos do projeto Inter-Meios, inclusive com dados auditados fornecidos pelas próprias empresas, é de que o bolo de investimentos publicitários vem crescendo. E os veículos do Nordeste gozam de uma posição privilegiada neste cenário. A região cresce acima da média do país, impulsionada por obras de infraestrutura dos governos federal e estaduais, além de investimentos privados que visam os mega eventos esportivos programados para 2013 e 2014", argumenta Samira.
Para a presidente do Sindjorce, o discurso e a prática das empresas de comunicação do Ceará não condizem com os números que elas mesmas informam aos auditores, inclusive à ANJ. "Os recentes enxugamentos de folha mostram claramente que há um problema de gestão, sobretudo nas empresas familiares, que buscam maximizar seus lucros. Está mais do que na hora de avançarmos na Campanha Salarial de Jornais e Revistas, com ganhos reais e cláusulas sociais que tragam benefícios diretos e indiretos à categoria. Afinal, que faz o nome da empresa e sua credibilidade é o trabalho de cada um dos seus profissionais, sobretudo os jornalistas", acrescentou.
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