Chegou ao final o impasse na negociação da data-base 2012 da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em assembleia realizada ontem, quarta-feira (12/12), na sede da empresa, os trabalhadores aprovaram a última contraproposta da diretoria da empresa. Com isso, foi cancelada a paralisação dos empregados que havia sido aprovada na semana passada e estava prevista para esta quinta-feira (13).
A proposta aprovada prevê:
- Reajuste salarial de 5,45% (índice da inflação);
- Aumento de 12% no tíquete-alimentação;
- Ampliação em 20% do valor do auxílio-pessoas com deficiência;
- Acréscimo na ocupação nos cargos de coordenação por concursados de 40% para 60%.
Os representantes dos sindicatos dos Radialistas e Jornalistas, bem como da Comissão dos Empregados da EBC e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade (Contcop), presentes à assembleia, consideraram a contraproposta da empresa limitada, apesar de estar de acordo com a conjuntura política e econômica, e avaliam que os benefícios conquistados só foram possíveis por causa da mobilização dos trabalhadores.
"Durante a maior parte da negociação, a proposta da direção da empresa era zero de ganho real tanto no salário quanto nos benefícios. E a questão de aumentar o número de pessoas do quadro em cargos de coordenação já havia sido rejeitada pela empresa várias vezes. Não é o que queríamos, mas houve avanço a partir da mobilização dos trabalhadores", destaca a primeira-secretária do Sindicato dos Jornalistas, Juliana Cézar Nunes.
"Esbarramos na intransigência do governo federal em um pleito que não teria impactos significativos no orçamento. Mas graças à mobilização e pressão dos trabalhadores, fomos além do que o Ministério do Planejamento e a direção da empresa estavam oferecendo. Embora longe do que queríamos, esses avanços são frutos da nossa luta e merecem ser reconhecidos", afirma Jonas Valente, secretário-geral do SJPDF.
Para o representante dos empregados da EBC no Conselho Curador da empresa, Guilherme Strozi, a proposta apresentada pela empresa não chega perto do que os empregados merecem, mas o cenário era de muita dificuldade de conseguir algo além, uma vez que ainda falta entendimento no governo federal sobre a importância da comunicação pública. “O governo precisa valorizar mais a comunicação pública. O governo diz que sua prioridade é acabar com a miséria, mas tenho certeza de que ele não conseguirá esse objetivo se depender do apoio de emissoras privadas, e sim de veículos como a TV Brasil, a Agência Brasil e as rádios da EBC”, completou.