Os jornais das regiões Norte e Nordeste faturaram a bagatela de R$ 285,9 milhões em venda de anúncios publicitários, no intervalo de janeiro a outubro de 2012. O montante representa um incremento de 14,79% em relação a igual período de 2011. Vale destacar que foi o maior percentual de crescimento em faturamento publicitário do Brasil. A média nacional alcançou 0,99% de incremento. Os demais resultados positivos vieram do Rio de Janeiro (4,67%) e Centro-Oeste (2,49%). Os dados são do projeto Inter-Meios, que tem como fonte a declaração das próprias empresas.
"Os dados do projeto Inter-Meios nos permitem seguir firmes na defesa de um percentual de reajuste acima dos vergonhosos 6,39% que as empresas oferecem na Campanha Salarial 2012/2013 de Mídia Impressa", afirma a presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce), Samira de Castro. De acordo com a Associação Nacional de Jornais (ANJ), Diário do Nordeste e O Povo figuram no ranking dos maiores jornais do Norte e Nordeste. "Nada justifica estes dois veículos ficarem segurando a negociação desde outubro passado, fazendo os jornalistas passarem o Natal e o Réveillon sem reajuste salarial", acrescenta.

TVs e rádios regionais também faturam alto
Se os jornais vão bem, as emissoras de TV do Nordeste também não têm do que reclamar. No acumulado de janeiro a outubro de 2012, as empresas de televisão regionais faturaram R$ 2,090 bilhões com a venda de anúncios publicitários, o que representa incremento de 10,60% em relação a igual intervalo de 2011. O crescimento foi um pouco acima da média nacional, que chegou a 10,14%.
Já as emissoras de rádio do Norte e Nordeste seguem o mesmo ritmo. Conforme o relatório do Projeto Inter-Meios, elas faturaram R$ 86,8 milhões, no acumulado de janeiro a outubro de 2012. Este montante representa um aumento de 23,28% em relação a igual intervalo de 2011. Foi o maior percentual de crescimento em venda de anúncios publicitários do Brasil. A média nacional alcançou alta de 7,38%.
"O que se observa, tanto no caso dos jornais, como das TVs e rádios", é o reflexo do ano eleitoral e dos investimentos públicos e privados no bolo do faturamento publicitário das empresas. Os leitores dos jornais sabem, por exemplo, que as edições de domingo são repletas de páginas de anúncios. Lembrando ainda que Fortaleza teve uma das campanhas políticas mais caras do Brasil, em grande parte, pelo volume gasto em propaganda política nos jornais, rádios e TVs", avalia o supervisor técnico do Dieese, Reginaldo Aguiar. Para ele, os dados também ajudam a sustentar os argumentos da Campanha Salarial 2013 de Mídia Eletrônica.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas no Ceará