Depois do envio da carta endereçada ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmando que não teve intenção de ofender ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista norte-americano Larry Rohter teve o cancelamento de seu visto suspenso. A lucidez venceu.
O ministro Márcio Thomaz Bastos, que durante a crise da expulsão do jornalista estava na Suiça, deu o caso por encerrado. Apesar da sábia decisão e habilidade do ministro da Justiça, o jornal norte-americano New York Times não economizou arrogância. Afirmou que o pedido de reconsideração não é um pedido de desculpas ou de retratação. Para quem tenta sair de uma crise de credibilidade, talvez não seja um bom marketing. Afinal, recentemente um de seus "repórteres" que vivia inventando matérias foi desmascarado e o jornal exposto ao vexame.
O presidente Lula não é um alcoólatra, quem o conhece sabe bem disto. Lula, também, não é santo nem protestante, mas obviamente não merece a pecha de cambaleante. Por outro lado, a resposta do governo à reportagem-fofoca foi totalmente descabida e desastrosa. Ainda bem que o lúcido ministro da Justiça resolveu colocar um fim a este porre, que estava provocando enjôos a todos.
Leia a íntegra da Nota do NYT:
"Nós estamos muito satisfeitos com o fato de que o governo do Brasil tenha cancelado a revogação do visto do Sr. Rohter. Estamos contentes por ser permitido ao Sr. Rohter viajar livremente para dentro e fora do país. Ambos, o Brasil e o The New York Times se beneficiam de terem um correspondente do Times cobrindo este país tão importante.
Nós continuamos sustentando que nossa reportagem é precisa e justa, como sempre dissemos ao longo da semana. Ao mesmo tempo em que lamentamos a controvérsia política que a reportagem provocou, afirmamos que nossa solicitação ao governo não contém nem um pedido de desculpa, nem uma retratação"
Toby Usnik
Diretor de Relações Públicas
The New York Times Company