O jornalista Lúcio Flávio Pinto do Jornal Pessoal é o único brasileiro incluido na lista dos 100 heróis da informação, elaborado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O relatório com o seleto grupo de jornalistas foi divulgado pela primeira vez no ultimo dia 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. A lista inclui mulheres e homens com idades entre 25 e 75 anos, de 65 nacionalidades.
"Dotados de um valor exemplar, esses 100 "heróis" contribuem com sua luta e trabalho para promover a liberdade, contemplada nos termos do artigo 19 da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, de “investigar e receber informações e opiniões, e difundi-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão”, afirmou a RSF. Segundo a ONG, os "100 heróis" colocaram seu ideal "para servir o bem comum." E por isso têm o valor do exemplo.
Quem é ele?

Jornalista profissional desde 1966. Começou em A Província do Pará, de Belém, trabalhando em seguida no já extinto Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. A partir de então percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Em 1988 deixou a grande imprensa. Dedicou-se ao Jornal Pessoal, newsletter quinzenal que escreve sozinho há 25 anos, baseada em Belém.
No decorrer das últimas décadas sofreu mais de 30 processos por veicular em seu Jornal Pessoal informações e denúncias de interesse público sobre a Amazônia, mas que contrariam aos interesses de elites econômicas e políticas regionais. Além dessa constante perseguição judicial destinada a conter o seu trabalho, o jornalista já sofreu agressões físicas e foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará por denunciar esquema de grilagem de terras na Amazônia.
No jornalismo, recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, da Federação Nacional dos Jornalistas, que em 1988 considerou o Jornal Pessoal a melhor publicação do Norte e Nordeste do país. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace. Em 2005 foi indicado à comissão julgadora do prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, um dos mais prestigiados do jornalismo interamericano. No mesmo ano recebeu o prêmio anual do CPJ (Committee to Protect Journalists), de Nova York, pelas denúncias que tem feito em seu jornal, na defesa da Amazônia e dos direitos humanos.