Um tribunal do Cairo sentenciou hoje (23/06), à prisão, três jornalistas da emissora Al-Jazeera. As penas variam de sete a dez anos de reclusão. Peter Greste, Mohamed Adel Fahmy e Baher Mohamed já estavam presos há mais de 160 dias. "Não contente com a criminalização de toda a oposição política, as autoridades egípcias seguem com uma política de amordaçar os meios de comunicação que tentam oferecer uma opinião diferente sobre a realidade," afirmou Christophe Deloire, secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Os jornalistas foram acusados de divulgar notícias falsas, com o objetivo de apoiar o movimento islâmico Irmandade Muçulmana e prejudicar a imagem do Egito. Onze outros réus que foram julgados - incluindo dois jornalistas britânicos e um jornalista holandês - receberam penas de prisão de dez anos.
O governo egípcio, após a queda do presidente Mohammed Morsi, em julho de 2013, tem perseguido sistematicamente os veículos de comunicação considerados simpatizantes da Irmandade Muçulmana. A Al-Jazeera tem sido um dos alvos principais desta caça às bruxas. A campanha de perseguição foi intensificada após a decisão do governo de adicionar a Irmandade Muçulmana à sua lista de organizações terroristas. Agora é proibido aos jornalistas possuir ou divulgar declarações da Irmandade Muçulmana ou gravações.
