A proposta patronal para reajuste salarial foi considerada muito ruim pela direção do Sindicato dos Jornalistas. Uma nova rodada de negociação está marcada para o dia 30 de julho, e, nesta data, será apresentada uma contraproposta pelos jornalistas. Para deliberar sobre os novos índices será realizada assembleia no auditório do SJSP dia 28 de julho, às 12 horas.
Na mesa de negociação, os patrões alegaram queda no faturamento publicitário. Mas os jornais e revistas, que já contavam com imunidade tributária para aquisição de papel para imprimir seus produtos, agora, em 2014, também passam a contar com a desoneração da folha de pagamento. As empresas deixaram de recolher 20% de toda a contribuição previdenciária e pagam apenas 1% do faturamento bruto.
A redução dos tributos sobre o salário dos trabalhadores também atinge a indústria do papel e celulose, beneficiando duplamente a mídia impressa. Assim, a cadeia produtiva da mídia impressa passa a ter custos menores.
Para completar o rol dos novos incentivos, um recente levantamento feito pelo Ministério da Cultura revelou que 89% das compras feitas com o Vale Cultura (4,7 milhões de reais) foram usados para a aquisição de jornais, revistas e livros.
A Copa do Mundo de futebol não foi apenas um sucesso de público e crítica. Por ter sido realizada no Brasil, os custos de cobertura foram bastante reduzidos, se comparados com sua realização em outras edições no exterior. Custos com viagens internacionais inexistiram, por exemplo.
Apesar das boas notícias para os patrões, a negociação salarial dos jornalistas tem sido duríssima. Os donos da mídia impressa em São Paulo relutam sequer em conceder a obrigatoriedade do tíquete restaurante aos jornalistas, mesmo sabendo que ao proporcionar uma alimentação de qualidade aos trabalhadores terá maior produtividade e outros incentivos fiscais.
Mesmo em meio a um rol de incentivos e ventos favoráveis, os patrões seguem culpando a internet para alegar queda de faturamento e total impossibilidade de repassar ganhos aos jornalistas. Ora, apesar do pessimismo patronal, o nível de emprego no País segue sendo um dos mais baixos da história, e a economia, apesar de abaixo do desejado, cresce.
Enquanto os patrões contabilizam seu faturamento e incentivos, o estômago dos jornalistas em importantes jornais e revistas ronca. É o caso de se perguntar: Só venha a nós, ao estômago dos trabalhadores nada?
Veja abaixo a pauta de reivindicação dos jornalistas:
