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28/07/2014
Mídia tem incentivos e desoneração. E os jornalistas?
 

*Vitor Ribeiro

Os donos da mídia impressa no Brasil seguem alegando queda no faturamento publicitário, por culpa da internet. Se o ano de 2013 não foi de boas notícias para a mídia imprensa no Brasil, para os jornalistas que atuam nesse segmento foi terrível, pois contou com forte redução no número de postos de trabalho. A forte redução de empregos produziu dois tipos de jornalistas de impresso: os que perderam o emprego e os que seguem trabalhando por três.

Em 2014, apesar da internet seguir de vento em popa, o segmento de mídia impressa passou a contar com ventos mais favoráveis. Até porque começaram a aprender que a internet, ao invés de uma inimiga mortal, pode ser uma interessante aliada para ampliar seu alcance, credibilidade e até faturamento. Mas não é só isso.

Os jornais e revistas já contavam com imunidade tributária para aquisição de papel para imprimir seus produtos. Agora, em 2014, também passam a contar com a desoneração da folha de pagamento. As empresas deixaram de recolher 20% de toda a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento e passaram a pagar 1% sobre o faturamento bruto. Uma bela ajudinha do governo federal para melhorar suas finanças.

O alívio dos tributos salariais dos trabalhadores também atingiu a indústria do papel e celulose, beneficiando duplamente a mídia impressa. Assim, a importante matéria prima também não estará tão pressionada pelos custos trabalhistas.  Tudo sem qualquer contrapartida.

Para completar o rol dos novos incentivos, um recente levantamento feito pelo Ministério da Cultura revelou que 89% das compras feitas com o Vale Cultura (4,7 milhões de Reais) foram utilizados para a compra de jornais, revistas e jornais. Outra boa notícia para os donos da mídia impressa.

A Copa do Mundo não foi apenas um sucesso de público e crítica. Apesar do vexame proporcionado por Felipão e sua trupe, que virou até provocação de um membro subalterno da diplomacia israelense, que para “explicar” o princípio da proporcionalidade citou o fatídico 7 x 1 sofrido pelo Brasil, também beneficiou os donos da mídia. Por ter sido realizada no Brasil, os custos de cobertura do evento foram bastante reduzidos, se comparados com sua realização em outras edições no exterior. Custos com viagens internacionais inexistiram, por exemplo.

Apesar das boas notícias para os patrões, as negociações salariais dos jornalistas têm sido duríssimas. Sempre intermediadas com ameaças de mais demissões e impossibilidade de concessão de aumentos salariais ou melhorias de benefícios.

Os donos da mídia impressa no Estado de São Paulo relutam sequer a conceder tíquete restaurante aos jornalistas, mesmo sabendo que ao proporcionar uma alimentação de qualidade aos trabalhadores, terão maior produtividade e outros incentivos fiscais.

Ora, os jornalistas estão no limite de sua contribuição. Trabalhar por quatro não é possível! Viver com salário sem ganho real e sem auxílio para alimentação ou cuidados com a saúde, são outros desafios impossíveis de serem vencidos. Difícil, também, trabalhar sob as constantes ameaças de mais cortes de postos de trabalho. 

Mesmo em meio a um rol de incentivos e brisas favoráveis, os patrões seguem culpando a Internet para alegar queda de faturamento e total impossibilidade de atender as justas reivindicações dos jornalistas. Ora, apesar do pessimismo patronal reinante, o nível de emprego no País segue sendo um dos mais baixos da história e a economia, apesar de abaixo do desejado, cresce. Sem falar que parcela importante das empresas projetam investimentos e ampliações.

A cantilena de que o “Brasil esta à beira de um abismo”, pode acabar se tornando realidade, justamente para aqueles que insistem em propagá-la. De tanto repetir o mantra negativo, as preces podem ser ouvidas. Parece existir uma realidade menos negativa para além de seus balanços, que os donos da mídia insistem em ignorar.

Se por um lado os patrões contabilizam seu faturamento e incentivos, os jornalistas estão no limite. É o caso de se perguntar: será que ao invés de mirar na redução dos postos de trabalho, rendimentos e benefícios dos jornalistas, os donos da mídia não deveriam acreditar mais no País e em seus próprios produtos? Parar de culpar a internet, investir em tecnologia e recursos humanos para oferecer produtos mais atrativos ao público e penalizar menos os jornalistas, que não são o problema, mas a solução para a mídia?

 

*Vitor Ribeiro é jornalista profissional diplomado e diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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