A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJMRJ) é objeto de dois abaixo-assinados no site Petição Pública. Um pede a renúncia imediata da atual diretoria e outro a apoia. As duas petições já contam com centenas de assinaturas. Tudo começou depois que o Sindicato promoveu uma coletiva, na última sexta-feira (25), com familiares de ativistas presos acusados de ações violentas e organizações de Direitos Humanos.
O abaixo-assinado que pede a renúncia da direção da entidade argumenta que mesmo diante do ataque a colegas que, diante do Complexo Penitenciário de Gericinó, registravam a libertação de ativistas beneficiados por habeas corpus, a "diretoria não teve a dignidade de cancelar um evento, marcado para o dia seguinte, na sede da entidade - uma entrevista de parentes de manifestantes presos. Na convocação do ato, a diretoria do sindicato cometeu o absurdo de classificar os ativistas de "presos políticos". Para a diretoria do sindicato, vivemos numa ditadura, num estado de exceção."

Os jornalistas contrários à atitude do Sindicato, afirmam ainda que "a coletiva - que contou com a presença de uma ativista que, em fevereiro, classificara os jornalistas de "carniceiros"- transformou-se em uma sessão de insultos e ameaças aos profissionais que cobriam o evento. Naquele triste dia, jornalistas se viram constrangidos a deixar a sede do sindicato que os deveria representar. Não contente com isso, a diretoria emitiria nova desastrada nota oficial, em que dizia haver "animosidade mútua" entre manifestantes e jornalistas".
Já os que apoiam a diretoria afirmam que "desde junho de 2013 foram inúmeros os ataques sofridos por jornalistas. A maioria deles proveniente das forças policiais, mas alguns desferidos por manifestantes, sendo o caso mais dramático o do cinegrafista Santiago Andrade, morto pelo disparo de um rojão. O SJMRJ cumpre seu papel de defender a liberdade de imprensa, seja qual for, e se opõe, como se espera de qualquer entidade classista, à qualquer tipo de violência que impeça o trabalho de profissionais que ele representa. Buscando garantir entendimentos e diálogo, o SJMRJ organizou uma reunião entre jornalistas e manifestantes".
Os desdobramentos provocados pela coletiva promovida no Sindicato estão polarizando as opiniões dos jornalistas na cidade do Rio de Janeiro e promete ainda gerar muita polêmica.