A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os Sindicatos dos Jornalistas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com apoio dos Sindicatos do Paraná e do Norte do Paraná/Londrina, manifestam indignação e protesto pela atitude do Grupo RBS que anunciou, nesta segunda-feira (4), um processo de demissão em massa de 130 trabalhadores, principalmente do segmento de jornais impressos, ao mesmo tempo em que o seu presidente, em um comunicado aos empregados, gaba-se do excelente momento vivido pela empresa.
As entidades prometem denunciar internacionalmente as demissões e acionar a Justiça do Trabalho para assegurar os direitos dos trabalhadores.

Ao enfatizar que a RBS não passa por uma crise financeira, o presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, afirma que as 130 demissões são necessárias para buscar maior produtividade e eficiência, “principalmente na operação de jornais”.
"Destaque-se que em nenhum momento o Grupo RBS procurou as entidades representativas dos trabalhadores para discutir alternativas que evitassem os cortes de pessoal. Para bom entendedor, significa ampliar o lucro com a redução de pessoal e sobrecarga de trabalho aos que permanecerem no quadro de funcionários", afirmaram as entidades que representam os jornalistas.
Os quatro Sindicatos de Jornalistas do sul do país que estão, neste momento, em negociação salarial com as empresas do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina denunciam que o comportamento patronal tem sido semelhante, marcado pela intransigência, pelo desrespeito e pela desvalorização do trabalho dos jornalistas. "Os patrões espalham o terror, com ameaças e efetivação de cortes como esses ocorridos no Grupo RBS, buscando desmobilizar a categoria e obrigá-la a se sujeitar a salários e condições de trabalho aviltantes", afirmaram.
Em repúdio e protesto especialmente contra a demissão em massa anunciada nesta segunda-feira pelo Grupo RBS, os quatro Sindicatos do sul, sob a liderança da FENAJ, já organizam um grande ato unitário para as próximas semanas, reunindo as entidades e jornalistas de toda a região.
A FENAJ, o SINDJRS e o SJSC também já buscam, na Justiça, reverter as demissões imotivadas, garantir os direitos dos trabalhadores, além de outras medidas.