A polícia turca realizou neste domingo, dia 14, uma série de prisões em veículos de comunicação acusados de proximidade com o clérigo muçulmano Fethullah Gulen, 73 anos, líder espiritual do movimento Hizmet, que está exilado nos Estados Unidos e controla várias mídias, escolas e centros culturais na Turquia.
Alegando tratar-se “de membros de uma rede de conspiração contra o seu governo” o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ordenou a prisão de 26 pessoas em todo o país. De acordo com a agência oficial de notícias Anatólia, foram emitidas 32 ordens de prisão. Os detidos são acusados de vários delitos, como “usar intimidação e ameaças”, “formação de quadrilha contra a soberania do Estado”, “falsificação” e “difamação”. O religioso exilado Fethullah Gulen é o principal rival do presidente turco Erdogan.
Antecipando a prisão do jornalista Ekrem Dumanli , editor do jornal Zaman, de maior tiragem no país, cerca de dois mil simpatizantes e jornalistas se concentraram em frente à sede do jornal, localizada na periferia de Istambul, atrapalhando a entrada da polícia no prédio. Entre os manifestantes estava o ex-astro do futebol turco Hakan Sukur, que já foi deputado pelo partido da situação de Erdogan, antes de se alinhar a Gulen. Na sede da rede de TV Samanyolu foram detidos diretores de TV, produtores e roteiristas.

Diante do bloqueio dos manifestantes na entrada do jornal, policiais à paisana retornaram horas depois, para efetuar a prisão do do jornalista Ekrem Dumanli, que foi aplaudido pelos simpatizantes enquanto era levado pelas autoridades. Em cenas transmitidas pela TV turca, os simpatizantes gritavam frases como “a imprensa não pode ser calada” e “a Turquia tem orgulho de você”. Em tom desafiador, Dumanli declarou: “que tenham medo os que cometeram um crime – nós não estamos com medo”.
De acordo com Bulent Kenes, editor da versão em inglês do jornal Zaman os mandados de prisão destacavam acusações de “formação de quadrilha para derrubar a soberania do Estado”.
Fonte: ABI com agências internacionais