A desoneração da folha de pagamento das empresas jornalísticas passou a ser permanente. Mesmo assim, vários veículos iniciaram o ano de 2015 com uma onda de demissões. No interior do Estado de São Paulo, o fechamento de sucursais ceifou dezenas de postos de trabalho. Em Ribeirão Preto, a Folha de S.Paulo fechou a sua sucursal e demitiu cinco jornalistas. Em Votuporanga e Catanduva, fecharam as portas as sucursais do jornal Diário da Região, cerca de 20 jornalistas perderam o emprego. Em Minas Gerais, o jornal Estado de Minas demitiu doze jornalistas e no Rio de Janeiro, o jornal O Globo anunciou hoje (08/01), a dispensa de cerca de 30 pessoas.
Com a desoneração, as empresas deixam de recolher 20% de toda a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento e passaram a pagar 1% sobre o faturamento bruto. Uma importante renúncia fiscal do governo federal para ajudar as finanças da mídia nacional.

Duplamente beneficiados
As demissões de jornalistas estão concentradas no setor de jornais, que é um dos mais beneficiados com a desoneração da folha de pagamento, pois além de contar com imunidade tributária para aquisição de papel para imprimir seus produtos, conta também com a inclusão da indústria do papel e celulose na lista dos setores que também contarão com redução permanente dos tributos salariais, o que acaba beneficiando duplamente a mídia impressa: a importante matéria prima dos jornais, o papel, contou com considerável redução de custos.
Sem qualquer contrapartida
Apesar de não ter conseguido exigir nenhuma contrapartida das empresas jornalísticas, o governo federal defende que a redução do custo do trabalho gera impactos positivos sobre o emprego e afirmou que a redução desses custos representa um forte estímulo para a diminuição das demissões, uma vez que o custo previdenciário foi deslocado para a receita bruta. Mas, na prática, a realidade tem sido outra. 2015 começa com muitas más notícias para os trabalhadores de empresas jornalísticas.