Segundo o "Relatório 2014 da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil", elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), no ano passado foram registrados 129 casos de agressões a jornalistas, dentre elas 3 mortes.
O relatório traz dados por região, estado, gênero, tipo de mídia e agressores, além do relato dos casos. Grande parte dos 129 casos registrados ocorreu durante manifestações de rua e foi praticada por policiais militares.
Assassinatos
O assassinato do repórter cinematográfico da Band do Rio de Janeiro, Santiago Ilídio Andrade, foi apontado como o mais emblemático da violência contra jornalistas registrada no ano passado. Ele foi atingido por um artefato explosivo, lançado por manifestantes durante um protesto popular realizado no dia 6 de fevereiro de 2014, foi hospitalizado e morreu após quatro dias. Os responsáveis foram identificados, estão presos e respondem a processo criminal.
O mesmo desfecho não se verificou nos outros dois casos de assassinatos ocorridos no ano passado, os dos jornalistas Pedro Palma, do Rio de Janeiro, e Geolino Lopes Xavier, conhecido como Geo, da Bahia. Estes crimes tiveram características de assassinatos por encomenda, seus autores não foram identificados e permanecem impunes, daí a necessidade de federalização dos crimes de morte não solucionados de jornalistas.

No relatório foi registrada, também, a morte de três radialistas e um blogueiro, não computados nos dados gerais por não pertencerem à categoria, além da morte de quatro jornalistas em crimes não relacionados com o exercício da profissão.
Celso Schröder, presidente da FENAJ, destacou que, das 129 agressões contra jornalistas identificadas, 50,4% (65), aconteceram durante protestos. Destas, 48,06% foram praticadas por policiais e 12,4% por manifestantes. A região Sudeste foi, mais uma vez, identificada como a mais violenta para os jornalistas, com 55,81% das agressões.
Ainda entre os vários dados do levantamento, identificou-se 17 casos de agressão física não relacionada a manifestações (13,17%), 12 de cerceamento à liberdade de expressão com ações judiciais (9,3%), 11 de ameaças e intimidações (8,52%) e 7 de agressões verbais (5,43%).
Fonte: FENAJ