Os Sindicatos dos Jornalistas e dos Administrativos de São Paulo decidiram se unir para enfrentar a onda de demissões ocorrida na Editora Abril. Meses atrás, o Sindicato dos Jornalistas já havia se unido com o Sindicato dos Gráficos para enfrentar as demissões ocorridas no Estadão. O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paulo Zocchi, lembrou que no passado as três categorias eram representadas por uma única entidade.
Na reunião realizada ontem, 3 de junho, entre os sindicatos dos trabalhadores e a Abril, a empresa alegando sérias dificuldades financeiras confirmou a demissão de 31 jornalistas e de 80 funcionários administrativos.

261 Dispensados
Os dirigentes sindicais mostraram preocupação com os empregos e repudiaram as dispensas, pois a empresa já havia demitido 16 jornalistas em abril e 37 em maio, que, somados aos desta semana, totalizam 84 demitidos.
Quanto aos administrativos, o quadro ainda é pior: 97 demissões desde abril, totalizando 177 com as recentes (são 80 nesta nova leva). No total, em menos de 10 semanas, a Abril demitiu 261 trabalhadores.
Na reunião, os sindicatos apresentaram à Editora Abril uma pauta unificada, composta por três pontos fundamentais:
1) Proibição de demissões por três meses (estabilidade no emprego);
2) Rescisão com pagamento de dois salários extras para todos os demitidos, além de todas as verbas rescisórias já previstas na legislação trabalhista;
3) Extensão dos plano de saúde aos demitidos por seis meses.
Os sindicatos não descartam a possibilidade de recorrer à Justiça, caso as negociações com a empresa não avancem e ou as demissões continuem.