No Rio de Janeiro, o jornal “O Dia” promoveu o corte de 40 profissionais de imprensa e encerrou a circulação de cadernos. No Paraná, os cortes atingiram 11 profissionais de imprensa da “Gazeta do Povo”. Apesar do setor contar com privilegiada desoneração da folha de pagamentos, segue demitindo para "cortar custos".
De acordo com Paula Mairan, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) os salários dos funcionários de “O Dia” estão em atraso há dois meses:
— O pagamento do plano de saúde também não estava sendo pago. A situação da categoria é dramática. Estamos vivenciando uma crise anunciada que se arrasta há dois anos em razão do monopólio da comunicação. O Sindicato denunciou recentemente a concorrência desleal à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Para a jornalista a crise atinge o modelo tradicional de negócios no setor:
— O impacto nas relações de trabalho, cada vez mais precárias, é muito grande. Imprensa e sociedade perdem com o desmantelamento de uma estrutura destinada à informação relevante e imparcial. Precisamos aumentar a mobilização da nossa categoria para discutirmos novas formas de fazer jornalismo. Em relação a “O Dia”, o Sindicato está acompanhando o caso e tomando as medidas judiciais necessárias a garantia dos direitos trabalhistas.
Pertencente ao Grupo Paranaense de Comunicação, o jornal “Gazeta do Povo” alegou que “a crise que afeta Brasil e o mercado de comunicação justifica a readequação de operações, equipes e projetos do veículo.”
Paraná
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR), os cortes efetuados na última quarta-feira, dia 12, atingiram jornalistas e gráficos. Em nota, a entidade repudia os cortes: “O Sindijor condena, veementemente, demissões como modelo de gestão para combater qualquer crise, ignorando o fato de que não se faz jornalismo sem jornalistas. Foram demitidos, inclusive, profissionais premiados, o que mostra a desvalorização desses trabalhadores que fazem a imagem do jornal".