O assassinato do locutor de rádio Gleydson Carvalho, no dia 6 de agosto, em Camocin (CE), expõe, mais uma vez, a urgência de medidas por parte das autoridades brasileiras para combater a violência contra comunicadores.Há cerca de um mês, Carvalho denunciou publicamente que foi ameaçado de morte. Este é o quinto assassinato de profissional de comunicação neste ano e teve repercussão internacional.
No dia 6 de agosto, Gleydson Carvalho estava apresentando um programa na Rádio Liberdade FM, em Camocin (CE), quando dois homens invadiram o estúdio e executaram-no a tiros. A polícia prendeu dois suspeitos de planejarem o crime e trabalha para capturar os autores.
Gleyson, assim como o apresentador de rádio e TV, Francisco Rodrigues de Lima, que foi assassinado há menos de um mês, em Pacajus, também no Ceará, denunciou publicamente que estava sendo ameaçado de morte. Este é o terceiro caso de radialista assassinado em território cearense neste ano. Em março, José Patrício Oliveira foi morto em Brejo Santo.
Recentemente a violência abateu, também, dois jornalistas em Minas Gerais. Evany José Matkzer foi assassinado e decapitado em maio, em Padre Paraíso, eno dia 3 de agostoAndré Luiz de Sá foi morto a pauladas, em Araçuaí.
Em nota oficial, a Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC) manifestou consternação com o assassinato de Gleydson Carvalho e instou as autoridades brasileiras a garantirem a adoção e implementação de medidas de proteção aos profissionais de comunicação. A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) também condenouo assassinato do radialista e respaldou as reivindicações apresentadas no dia 3 de agosto pela FENAJ ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, como a imediata instalação do Observatório da Violência contra profissionais de comunicação e apoio ao projeto de lei que tramita no Congresso Nacional propondo a federalização das investigações de crimes contra jornalistas.
"Atentados contra comunicadores sociais de qualquer natureza, sejam eles jornalistas, radialistas, blogueiros ou quaisquer outros, são atentados não só contra a vida mas também contra o direito constitucional da liberdade de expressão.Esta liberdade é um direito de primeira geração e está presente em mais de 90% das Constituições do mundo. É um direito fundamental, pressuposto de uma sociedade democrática", expressou o Conselho de Comunicação Social em nota emitida no dia 9. O órgão discutirá a violência contra comunicadores em sua próxima reunião, no dia 14 de setembro, quando definirá as medidas legislativas que recomendará ao Congresso Nacional.
Fonte: FENAJ