O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudiou a violência que pôs em risco as vidas dos integrantes de uma equipe de reportagem durante cobertura da TV Record de um conflito armado entre policiais e traficantes, nesta quinta-feira (10/09), no Morro do Juramento, na Zona Norte do Rio. Em um carro sem blindagem, a equipe seguia um veículo blindado da PM, o Caveirão – ficando, assim, em plena linha de tiro. O carro da reportagem foi atingido por disparos, mas, felizmente, nenhum profissional ficou ferido.
O episódio demonstra um flagrante desrespeito às recomendações de segurança do Ministério Público do Trabalho para as empresas jornalísticas no município do Rio de Janeiro (leia todas aqui). As 16 recomendações são um desdobramento de inquérito que, em 2014, apurou as responsabilidades de empresas e do Estado na onda de violência contra jornalistas. A investigação da Procuradoria do Trabalho veio após denúncia do Sindicato sobre o assassinato do repórter cinematográfico Santiago Andrade.
O Sindicato enviou ofício ao MPT nesta quinta alertando para o desrespeito às recomendações por parte da Rede Record. A emissora também foi notificada pelo Sindicato a apresentar esclarecimentos urgentes sobre o caso. Foram enviados ainda ofícios aos sindicatos patronais de radiodifusão e de jornais e revistas com reivindicações pelo respeito às recomendações do MPT por parte das empresas e pelo cumprimento das medidas de segurança das atuais convenções coletivas. Entre elas, há a previsão reuniões trimestrais da Comissão de Segurança, que é formada por representantes patronais e do Sindicato. As empresas não têm acolhido as insistentes propostas de realização dessas reuniões.