O Brasil votou, no último dia 24/07, na ONU, a favor de suspender por um ano a organização Repórteres Sem Fronteiras, da Comissão de Direitos Humanos da ONU. A decisão brasileira foi contra a posição do ex-diplomata Sergio Vieira de Mello, morto recentemente em atentado terrorista no Iraque. Mello tinha se declarado contrário a qualquer tentativa de exclusão da ONG Repórteres Sem Fronteiras, que participava da Comissão das Nações Unidas como observadora e acabou, mesmo assim, suspensa com o voto do Brasil. O motivo? Promoveu, em março último, um protesto contra a Líbia, país que não é nenhum exemplo quando o assunto é liberdade de imprensa e ou direitos humanos.

"Sou contrário a qualquer tentativa de excluir a ONG RSF como observadora da Comissão de Direitos Humanos da ONU", declarou Sergio Vieira de Mello, durante conferência de imprensa no dia 30 de maio de 2003, em Genebra.

A opinião do diplomata não foi ouvida pelos representantes brasileiros. Nosso País seguiu o voto de Arzeibaijão, Benin, Butão, Burundi, China, Congo, Cuba, Egito, Etiópia, Gana, Índia, Irã, Jamaica, Quênia, Líbia, Malásia, Moçambique, Nepal, Nigéria, Paquistão, Quatar, Federação Russa, Arábia Saudita, África do Sul, Uganda e Zimbábue, contrariando a opinião do diplomata morto no atentado terrorista.

Não é difícil perceber a falta que Sergio Vieira de Mello faz ao Brasil e ao mundo.

Votaram contra a suspensão: Alemanha, Andorra, Austrália, Chile, El Salvador, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Guatemala, Hungria, Irlanda, Itália, Holanda, Nicarágua, Peru, Portugal, República da Coréia, Romênia, Suécia, Ucrania, Reino Unido e Estados Unidos. As abstenções ficaram por conta da Argentina, Equador, Japão e Senegal.

A organização RSF batalha pela liberdade de imprensa e democracia de informações, sempre denunciando os ataques sofridos pelos colegas de profissão. Segundo a RSF, no ano passado, foram mortos 25 jornalistas. O Itamarati divulgou nota à imprensa, sobre o voto, que não convenceu. "O Jornalista" volta a  recomenda aos colegas, para que visitem o site da organização www.rsf.org e leiam o documento intitulado "Descrédito da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas: negociatas, incompetência e não-ação".