A empresa Folha da Manhã S.A. foi condenada a pagar indenizações que ultrapassam um milhão de reais, por danos morais, aos três responsáveis pela escola Base. A condenação foi proferida pelo juiz da 29ª Vara Cível, Manoel Justino Bezerra Filho, contra o jornal Folha de São Paulo. Cada um dos três responsáveis pela escola Base, Ichshiro Shimada, Maria Aparecida Shimada e Mauricio Monteiro de Alvarenga devem receber o equivalente a 1.500 salários mínimos (R$ 360 mil) com juros e correção. O jornal deve recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça. O primeiro site a divulgar a condenção foi o do jornal "O Estado de S.Paulo".
No ano de 1994, a Folha de S.Paulo noticiou supostos casos de abusos sexuais contra crianças matriculadas na Escola de Base. Tudo começou quando duas mães informaram à polícia que os filhos teriam sido vítimas de “estupro e atentado violento ao pudor” praticados pelos donos, professores e pessoas ligadas à escola. O delegado assistente do 62º D.P. Edelcio Lemos, sem averiguação, tornou pública a denúncia, divulgada também por outros órgãos de imprensa. A denúncia acabou arquivada pela Justiça, devido a falsidade da acusação.
Após a divulgação da falsa notícia, a Escola de Base foi atacada e depredada por populares e teve que encerrar suas atividades. Os proprietários da escola sofreram um linchamento moral.
Os três responsáveis pela escola já haviam processado a Fazenda do Estado e o delegado Edelson Lemos, condenados em primeira instância a pagar a cada um dos autores R$ 250 mil. O juiz argumentou que a Folha de S.Paulo agiu com “irresponsabilidade” pois ampliou “declarações do despreparado delegado de polícia, infelizmente alçado pelo jornal a seu informante indiscutido.”