Os dados são da Associação Nacional de Jornais. Em 2003, o Brasil alcançou a marca de 2.993 jornais, contra 2.684 em 2002 e 1.980 veículos em circulação em 2001. O estado de São Paulo concentra o maior número deles: 959. Em segundo lugar aparece Minas Gerais, com 514 títulos e em terceiro o Rio Grande do Sul com 343 jornais.

O setor além de apresentar números crescentes no quesito número de publicações, também, não fez feio quando o assunto foi faturamento publicitário. Descontada a inflação, as empresas faturaram em 2003 mais do que em 2002.

Segundo a ANJ "em 2003 o mercado publicitário cresceu 12,2 por cento nominais, tendo fechado o ano em R$ 14,8 bilhões (contra R$ 13,2 bilhões de 2002). Levando em conta que a inflação no período foi de 9,3 por cento, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chega-se a um crescimento real de 2,9 por cento, desempenho considerado positivo diante do quadro de estagnação econômica pelo qual passa o país", afirma a entidade.

Para o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, os dados mostram que os jornais crescem e faturam acima da inflação. "Enquanto os proprietários dos veículos de comunicação negam-se a pagar reajustes salariais, suas empresas prosperam", afirma a entidade dos jornalistas, que acrescenta que a situação econômica não pode ser usada como desculpa de que as empresas estejam em "maus lençóis".

O site da ANJ www.anj.org.br revela ainda que em 2002, o faturamento bruto médio das empresas de comunicação teve uma evolução bem superior ao crescimento do PIB brasileiro.

Dentro deste contexto, os Sindicatos dos Jornalistas se preparam para cobrar um comportamento socialmente correto das empresas, que segundo as entidades seria repassar aos trabalhadores - sem os quais as empresas não teriam lucro - os 2,9% de ganho real. Isto representaria um reajuste entre 8% e 9%.

Apesar da queda na circulação dos últimos três anos, hoje ainda se vende mais jornal no país do que há dez anos atrás. Em 2002 foi registrada uma queda de 9,1% na circulação dos jornais, em 1993 o incremento foi de 12% e em 1995 de 11,1%. "O Brasil mostra tendência para alta na circulação de jornais, ainda que se verifiquem ocasionalmente pequenas reduções, como ocorreu em 2001. Existe perfeita consciência, por parte da ANJ e dos jornais filiados, de que ainda se tem muito espaço para crescer no Brasil, uma vez que a circulação anual está em 64.2 exemplares por mil habitantes considerando-se somente a população adulta), muito abaixo dos países desenvolvidos", revela a análise da ANJ.

Para o vice-presidente do SJSC, Rogério Christofoletti, os dados do são suficientes para concluir que as empresas expandem seus negócios, mas na hora de socializar os lucros, fogem. "É sempre assim: as lágrimas são de crocodilo, mas quem amarga mesmo é o jornalista que vê seu salário ser corroído pela inflação. Por isso, não aceitaremos nada abaixo do INPC", avisa.