"O Jornalista" divulga, em primeira mão, a "Carta de Florianópolis" com as deliberações do  14º ENJAC - Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação, realizado de 09 a 11 de outubro, em Florianópolis/SC.

CARTA DE FLORIANÓPOLIS

 
Nós, jornalistas e profissionais de comunicação reunidos em Florianópolis, Santa Catarina, no 14º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação, constatamos com alegria, mas com muita preocupação, que, hoje, grande parte dos empregos na área de comunicação está no segmento de assessoria. Alegres porque isso indica que o mercado está em fase de expansão; preocupados por que também cresce, no mesmo ritmo, a responsabilidade do assessor em trabalhar pelo direito à informação da sociedade brasileira, historicamente negado.

Ultrapassando as preocupações meramente mercadológicas, sentimos a necessidade da criação de mecanismos que capacitem o assessor a exercer o novo papel que lhe é exigido, no sentido de promover uma comunicação inclusiva, plural, diversificada e de qualidade, requisitos essenciais para o crescimento cidadão do assessor  e da comunidade.

Essa nova dimensão do papel do assessor só se concretizará à medida em que ele assumir compromisso intransigente com a ética, com a responsabilidade social e com a transparência na busca, apuração e veiculação da informação. Diante desse cenário caberá também ao assessor vislumbrar e criar novos mecanismos que democratizem a produção e o acesso à informação. Estamos convencidos de que esta transformação da sociedade e o amplo acesso à informação só se dará em um ambiente onde haja entidades fortes, atuantes e representativas.

E, por acreditar na construção dessa nova sociedade é que nos comprometemos:

a) a lutar pela campanha de valorização e uso adequado  da língua portuguesa, elo da unidade nacional e, ao mesmo tempo, o canal de manifestação das diversidades regionais e culturais;

b) a lutar pela democratização dos meios de comunicação, especialmente pelas emissoras de rádio e de televisões comunitárias, e pela fiscalização plena da regionalização das produções jornalísticas e artísticas;

c) a lutar em todas as esferas e instâncias políticas pela criação e implantação do Conselho Federal de Jornalismo, como órgão máximo de normatização, regulamentação e fiscalização do exercício da profissão;

d) a manter mobilização permanente pela garantia dos espaços de atuação dos jornalistas em assessoria de comunicação e pela atuação exclusiva e privativa dos jornalistas em assessoria de imprensa;

e) a sugerir que a Federação Nacional dos Jornalistas, em parceria com os sindicatos da categoria, promova campanha de sensibilização do empresariado, sociedade, entidades de classe e Poderes Públicos quanto à necessidade de contratar um jornalista para trabalhar no tratamento da informação;

f) a recomendar à Fenaj e aos sindicatos da categoria a promoção de campanhas contra assédio moral aos jornalistas que atuam em assessoria de comunicação;

g) A recomendar aos sindicatos a criação e divulgação de tabela de referência para o pagamento dos serviços em assessoria de imprensa;

h) A recomendar que a Fenaj e os sindicatos promovam campanhas junto às faculdades públicas e particulares para a inclusão na grade curricular de disciplinas de assessoria de imprensa e empreendedorismo;

Por último, recomendamos que esta carta seja divulgada e encaminhada ao Presidente da República, ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, aos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal, bem como aos presidentes das Assembléias Legislativas dos Estados, dos países da América do Sul e demais organismos constituídos;  

E VIVA A UNIDADE DOS JORNALISTAS!!!!!