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16/10/2003
O segundo prêmio mais antigo do país
 

Prêmio Vladimir Herzog

Respeito e reconhecimento que persistem por 25 anos

Denise Santana Fon 

Todas as vezes em que escrevi o roteiro para a cerimônia de entrega do Prêmio Vladimir Herzog, sempre iniciava lamentando que, até aquela edição, o prêmio exista com as mesmas finalidades com que foi criado há 25 anos, ou seja, o de premiar matérias que denunciam atropelos aos direitos humanos. Infelizmente, a "restauração" do estado de direito no Brasil, no final da década de 80, não eliminou a prática da tortura e assassinatos.  Nunca se prendeu, bateu, torturou e assassinou tanto no Brasil como nos dias de hoje. As prisões arbitrárias, sevícias e assassinatos acontecem nas Candelárias, nas delegacias, nas unidades da Febem, nos acampamentos dos sem-terra, nas áreas indígenas, nas grandes e pequenas cidades, nas favelas, nas fazendas escondidas e no trânsito das capitais. É bem verdade que a liberdade de imprensa propiciou um número maior de denúncias, mas os jornalistas que as fazem continuam sendo mortos, alvo de perseguições e muitas vezes "precisam passar algum tempo" no Exterior.

Por isso, as inscrições ao prêmio crescem a cada ano. Além do trabalho jornalístico cidadão, o profissional de imprensa sonha em receber o Herzog - o segundo prêmio jornalístico mais velho no Brasil (o primeiro é o Esso) e que não outorga qualquer quantia em dinheiro -, porque ele simboliza a luta dos jornalistas pela liberdade e promoção da dignidade e direitos do ser humano.

Um pouco da história

A idéia de criar um prêmio para os jornalistas que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos, seus familiares ou militantes de partidos, sindicatos e agremiações de esquerda surgiu em encontros do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), que reunia, principalmente, familiares de presos políticos, advogados, artistas e intelectuais. O objetivo, além de estimular os profissionais a concretizarem estas denúncias através de matérias, era dar visibilidade e segurança aos próprios jornalistas, já que muitos foram presos ou enquadrados na Lei de Segurança Nacional após a publicação de seus textos. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, na época presidido por Davi de Morais, deu sua adesão imediata ao prêmio, bem como a família Herzog, através de Clarice Herzog e Zora Herzog, respectivamente viúva e mãe de Vlado, a Arquidiocese de São Paulo, através de sua Comissão de Direitos Humanos, e a Ordem dos Advogados do Brasil. 

Após algumas discussões, a comissão coordenadora resolveu estender o prêmio a jornalistas de toda a América do Sul, já que a prática da tortura e censura, bem como a colaboração entre os aparelhos repressivos, era uma constante em quase todos os países sul-americanos. Muita gente que "desapareceu" no Brasil, foi encontrado morto ou preso em calabouços chilenos, argentinos, paraguaios etc.

O primeiro prêmio Herzog foi para o jornalista Antonio Carlos Fon que, na época, estava sendo processado pela Justiça Militar, enquadrado na Lei de Segurança Nacional por matéria que ele havia assinado, falando das torturas e assassinatos "nos porões da repressão". A cerimônia transcorreu num clima tenso e emocional, assistida por familiares de presos políticos e desaparecidos, como Maria Augusta Capistrano que, sublimando sua dor pelo companheiro desaparecido, o dirigente comunista Davi Capistrano, militava no Comitê Brasileiro pela Anistia. O CBA já havia iniciado uma campanha nacional pela "Anistia Ampla, Geral e Irrestrita", num movimento que juntou cidadãos de norte a sul do País. Ao receber o prêmio entregue pelo advogado Luís Eduardo Greenhalgh, um dos mais ardorosos defensores dos presos políticos na época, junto com Belisário dos Santos Júnior, Airton Soares, Idibal Piveta, Tales Castelo Branco, Sobral Pinto e outros, Fon dedicou-o a "todos os companheiros mortos e assassinados pela repressão e aos que resistem nos cárceres da ditadura".

Talvez o carisma do Prêmio Herzog decorra exatamente da indignação assumida pelos jornalistas e assim expressa pelo próprio Vlado: "Quando o ser humano perde a capacidade de indignar-se contra as atrocidades praticadas contra seres humanos, perde também o direito de ser chamado de ser humano".

A 25ª edição

A cerimônia de entrega do 25º Prêmio Vladimir Herzog acontecerá no 27 de outubro, às 19h30, no Palamento da América Latina (Parlatino). Para esta edição, que conta com o apoio da Petrobras, foram inscritos 210 trabalhos nas mais diversas áreas, inclusive 12 na inédita categoria livro-reportagem. O Parlatino fica na rua Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Barra Funda - São Paulo.

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